segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Prelúdio ao suicídio





Viver?! Não, viver não é isto
Na tristeza deste dia-a-dia
Só pensar que ainda existo
Já é motivo de agonia

Sangrar dos pés em meio aos sapatos
É tão grande a sua infelicidade
Que nem se lembra de sua paternidade
Agora vive nos destroços

Quem sofre o que já sofreu
Esqueceu o que é felicidade
Pensa que se ainda não morreu
É porque não atingiu a idade

Realidade desnuda e crua
Triste palco desta vida
Viver perdido na rua
E ver a ponte como saída

Frio e fadiga física e mental
Nesta vida já não existe
Não quer ir à cura no hospital
Chegou ao fim, agora desiste

Mas sabe que só vai morrer
Quando olhar o rio e disser: salta
Ninguém há de sofrer
E a ninguém vai fazer falta.

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