sábado, 30 de dezembro de 2023

Fragmentos da Solidão (Suicide Note Pt. IX)

 

Tenho medo, não sei por que ainda estou aqui,
já tentei várias formas de poder fugir.
Aquela margem, falta coragem e fico pensativo,
será que alguém vai lembrar de que não estou vivo?

Deito na cama e fecho meus olhos,
um frio na espinha gela meus ossos.
As lágrimas caem sobre meu rosto,
não sei por que não estou morto.

O mundo é opressivo, se não segue um caminho,
ele te joga do abismo, escuro e sozinho.
Nas noites mais longas, a solidão se faz forte,
a esperança desvanece, a dor é sua sorte.

No corte é onde encontro meu abrigo,
Entre lâminas afiadas, um breve alívio.
Mas no silêncio que se segue, a dor persiste,
uma angústia contida, uma agonia que insiste.

No escuro do quarto apenas um eco,
vozes da minha mente me guiam ao incerto.
Cheguei no topo do céu ou no fundo da garrafa?
Se puxar o gatilho tudo vai ficar como estava?

Vão lembrar do que sou, vão lembrar do que eu era?
O que eu pretendia ser e o que o futuro me espera.
Uma vaga lembrança de uma página rasgada,
uma alma perdida em meio ao nada.

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