segunda-feira, 31 de maio de 2010

Na hora de nossa morte


Abro meus olhos, mas não consigo ver,
Imagens desconexas me guiam ao incerto...
Sinto o peso de meus atos me afundando mais uma vez,
Descendo mais uma vez, sufocando.

Sinto meu sangue congelar.
Minhas pupilas se dilatam,
Acompanho minha sombra ao declínio,
Internamente me devoro como um câncer.

“Deus nos deu a bênção da vida, porém ao criar tal obra, ele ficou temeroso com o perigo e magia que sua criação envolvia. Amedrontado, ele refugiou-se em seu abrigo impenetrável da inexistência, negando as suas crias o direito a verdade. Porem a verdade é única, apenas a morte e a dor é real.”

Sinto meu corpo frio sendo levado
As lágrimas escorrem por sobre minhas vísceras,
O sangue derramado escreve as lembranças,
Nada que fora pregado é real, a única certeza é dor e morte

Agora engolfado internamente
Nada mais sinto além do vazio tenebroso,
Eles tentam em vão me trazer de volta,
Cortando a carne separando a morte da vida.

“Dentro do caixão. O som dos choros se faz como trilha sonora daquela tarde nublada. De uma forma estranha, nunca antes sentido o frio e o peso do sono tomam conta de mim. Os choros se tornam distantes. A inexistência me cobre com seu vazio”.

Um comentário:

  1. Uau esse poema ficou muito otimo, talvez porque ele é serio ao inves das blasfemeas que vc costuma postar.
    merece um xD

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